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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A origem da rosa vermelha, segundo a poesia

Conta-se que um andarilho era visto todos os dias no parque da cidade.

Sua vida se resumia a catar bitucas de cigarros e outros detritos que ali jogavam.


Ele não se importava em fazer isso e nem maldizia as pessoas que sujavam o parque.


Ninguém na cidade parecia notar que as azaléias estavam sempre podadas e, se por ventura, alguém viesse a notar, certamente daria o crédito ao poder público.


O vagabundo atinava tal possibilidade, porem, não se importava. Para ele o mais importante era manter aquele local sempre em ordem. Certo dia, uma viatura policial encostou bem ao lado dele. Um policial desceu e o abordou desferindo-lhe, sem aviso prévio, uma tremenda bofetada. A justificativa era de que o ( meliante? ) estava arrancando flores do canteiro.


Na verdade o vagabundo do parque estava apenas retirando ervas daninhas e algumas tampinhas de garrafas que impediam o desenvolvimento de algumas tulipas.


Os policiais foram embora, certamente satisfeitos com o desempenho que haviam demonstrado perante àquele inofensivo rapaz. O andarilho porem, tornou ao local onde estava. Sua preocupação era imensa com um galhozinho seco que mau se aprofundava na terra. Parecia nem se importar com o sangue que descia de seu nariz devido à agressão que sofrera; tudo o que ele queria era salvar aquele caulezinho que lutava para arrancar a seiva da terra. Algum tempo depois a luta havia terminado. O andarilho chora a morte daquela que poderia vir a ser uma bela roseira. Lágrimas e sangue regam aquele pequeno graveto que sequer chegou a exibir seus brotos. Alguns meses depois o andarilho já não era mais visto no parque. Pouquíssimas pessoas se ressentiram disso, porem, a grande maioria continuou indiferente. O parque estava bastante mudado. As flores abundavam os canteiros e as pessoas passeavam entre eles e, desta vez, não havia um mendigo ou qualquer outro desclassificado que lhes destoasse da bela visão que tinham do parque.

Certo dia eis que chegaram ao parque o prefeito e sua comitiva de políticos para a inauguração de um chafariz. O cerimonial foi perfeito incluindo no evento uma famosa dupla sertaneja. A primeira dama chamou a atenção pela riqueza de suas vestes.


Tudo isso, no entanto, não foi páreo para a estreante do dia. A atração maior estava do lado oposto ao evento, num pequeno canteiro a beira da calçada.


Um único galho, uma única folha e uma vestimenta celestial.


A rosa se mostrava por inteira num vermelho aveludado sendo a única ali capaz de ofuscar a vaidade humana.

[ Rubens Souza ] Poeta e escritor. Autor desta poesia

Oração por nossa mãe Terra


Misericordioso Senhor!



Senhor de Toda a vida


É tempo de Misericórdia


É tempo de conversão de almas


Eu me ajoelho a Vossos pés e


Peço:


Tente Misericórdia deste Planeta tão lindo, mas que está sendo destruído por seus filhos.


Misericórdia, Senhor!


Pelo Reino Mineral, que os homens, em sua ganância desenfreada, o destrói, apenas por vaidade e lucro.


Misericórdia, Senhor!


Pelo Reino Vegetal, que é devastado pelas queimadas, pela extração da madeira e modificado geneticamente.


Misericórdia, Senhor!


Pelos mares que suportam testes nucleares e outros de todas as espécies, apenas para subjugar seus filhos.


Misericórdia, Senhor!


Pelo ar que respiramos, carregado de fumaça, químicas e todo tipo de venenos.


Misericórdia, Senhor!


Pela Mãe Terra que, sufocada com bombas, escavações, lixos e maus tratos, se mantêm a Teu Serviço, incansavelmente.


Misericórdia, Senhor!


Pelos rios de águas cristalinas que se transformam em correntes sujas e fétidas.


Misericórdia, Senhor!


Pelas guerras insanas que alimentam a indústria da morte e da destruição, tudo em nome de poder e lucro.


Misericórdia, Senhor!


Pelas crianças abandonadas que nascem do ventre materno em meio ao lixo e nas calçadas.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que são abandonados nos orfanatos e nas ruas, pela irresponsabilidade humana.


Misericórdia, Senhor!


Pelos pobres abandonados que sentem fome e frio.


Misericórdia, Senhor!


Pelos pobres de espírito que têm tudo e não têm nada.


Misericórdia, Senhor!


Pelos idosos e necessitados abandonados em asilos e nas ruas.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que os abandonam impunemente.


Misericórdia, Senhor!


Pelos jovens que, por não conhecê-lo, sucumbiram às drogas, vícios e crimes.


Misericórdia, Senhor!


Pelos governos e governantes que fogem das responsabilidades e promessas feitas em palanques.


Misericórdia, Senhor!


Pelos seres dizimados somente por ter etnia e crenças diferentes.


Misericórdia, Senhor!


Por nossa indiferença pelos abandonados à própria sorte.


E, finalmente, Senhor!


Misericórdia!


Pelo Reino Animal, que, assim como os outros reinos, não tem como se defender da insanidade humana.


Tente misericórdia desses nossos irmãos de jornada que sem poderem defender-se sofrem diversas agruras nas mãos dos chamados humanos, na verdade desumanos.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que estão nos matadouros amedrontados sem saber o que fizeram para merecer a morte em nome de uma alimentação balanceada.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que estão nas granjas sem ver a luz, sem poder seguir o curso natural da vida como ciscar, cantar e aninhar seus pintinhos debaixo de suas asas.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que são perseguidos e mortos sem misericórdia nos mares azuis que nos legaste, agora manchados de dor e sangue.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que suportam alimentos e bebidas em seu delicado estômago (foie gras), em nome de requinte e sabor.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que são apartados de sua mãe na tenra idade para servir de alimento aos que se dizem humanos (baby beef/carne de vitela)


Misericórdia, Senhor!


Pelo que, através do sofrimento, em circos de dor e horror, divertem aqueles que deviam protegê-los.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que, para divertir os homens, sofrem em rodeios.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que enriquecem os homens, há séculos, em touradas.


Misericórdia, Senhor!


Pelos animais que sofrem e morrem na farra do boi.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que são treinados para duelar com seus próprios irmãos em rinhas, até a morte.

Misericórdia, Senhor!


Pelos que carregam o peso do mundo nas costas.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que são mortos em laboratórios em nome de pesquisas vãs.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que sofrem nos laboratórios de vivissecção


Misericórdia, Senhor!


Pelos que são assassinados em altares religiosos em Teu nome.


Misericórdia, Senhor!


Pelos animais caçados apenas por esporte e status.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que sofrem pelo anzol em morte lenta.


Misericórdia, Senhor!


Pelos animais silvestres que perderam seu habitat.


Misericórdia Senhor!


Pelos animais que são escalpelados vivos em nome da moda e beleza.


Misericórdia, Senhor!


Pelos pássaros em seu canto triste em gaiolas, para deleite dos seres humanos.


Misericórdia, Senhor!


Pelos animais domésticos que:


São abandonados à própria sorte ao nascer, nas esquinas ou mesmo são mortos, afogados, apenas pelo fato de terem nascido.


Misericórdia, Senhor!


Pelos que tiveram um lar, mas que, ao envelhecer, são abandonados à própria sorte.


Misericórdia, Senhor!


Pelos doentes nas ruas e vielas.


Senhor! Em meio a tanta dor e sofrimento impostos por seus filhos, eu peço:


Tende Misericórdia, Senhor!


De nós, que nos esquecemos da Mãe Terra e de todas as maravilhas que o Senhor nos legou.


Misericórdia, Senhor!


Para conosco, que estamos aqui para amar, cuidar e sermos guardiões de Tua Criação.


Misericordioso Senhor!


Eu acredito que toda a Criação, seja humana ou não humana, representam a Tua face.


Misericórdia, Senhor!


Misericórdia, Senhor!


Misericórdia, Senhor!






Amara_Antara

 
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