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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Os guias e a Apometria

Os Guias Espirituais trabalham muito com apometria e muitos médiuns e consulentes infelizmente não o sabem, pois se soubessem, entenderiam muito mais o que é o plano astral...



Muito tem se falado e escrito sobre Apometria. Este texto foi extraído do livro “Causos de Umbanda” de Leni Saviscki, Editora do Conhecimento. É um livro de Umbanda, com estórias de Pretos Velhos que fala de desdobramento, freqüência vibratória, corpo astral, mental e etérico, ressonância do passado – uma das técnicas (regras) apométricas. Os Guias Espirituais trabalham muito com apometria e muitos médiuns e consulentes infelizmente não o sabem, pois se soubessem, entenderiam muito mais o que é o plano astral e o que é evoluir em espírito consciente de seus atos, sabendo que a semeadura é livre e a colheita obrigatória na caminhada do espírito entre as encarnações sucessivas. Esse texto mostra também, que nem tudo é demanda e que em toda a Ação tem uma Reação, a famosa Lei do Retorno tão conhecida mas pouco entendida pois somos herdeiros de nosso passado e responsáveis pelo nosso futuro.


Ressonância do passado


Aconselhada por seu terapeuta, dona Augusta buscava ajuda espiritual. Muito deprimida e com insônia crônica, apresentava idéia suicida. De crença católica, visitava constantemente o túmulo de seus pais, a quem havia amparado até o final da vida terrena.Em suas últimas visitas ao túmulo dos entes queridos, havia passado mal, sentindo tonturas e uma sensação de vazio na cabeça, além de uma angústia muito grande.


O atendimento de dona Augusta foi encaminhado ao grupo de apometria*, e, com a ajuda dos guias da Umbanda, seriam buscadas as desarmonias existentes nos planos etéreo, astral e mental, além de socorro aos possíveis obsessores. Assim que se abriu sua freqüência vibratória, de imediato manifestou-se pai Benedito, um preto velho que auxilia o grupo na busca das ressonâncias do passado*.


- Esta filha está vibrando numa ressonância que se abriu a partir de suas visitas ao campo santo, pela culpa que traz gravada em seu mental, de um passado em que o poder e o mando lhe faziam acreditar ter direitos que não possuía. Naquela vida, era um latifundiário de posses, porém de conduta duvidosa. Para aumentar seu patrimônio, não media conseqüências. Certa vez resolveu que queria comprar uma área de terra pertencente à Igreja que fazia divisa com uma de suas fazendas. Recusadas todas as propostas, ameaçou os padres de transformar o próprio cemitério em lavoura se eles não cedessem, e assim o fez. Gargalhando, como um verdadeiro sádico, mandou sua gente arar o campo santo, destruindo todos os túmulos como num verdadeiro filme de terror. Depois juntou todas as ossadas e mandou jogar num precipício, fazendo alusão ao inferno. Naquela encarnação morreu louco, obsediado pelos espíritos que ainda se mantinham nas ossadas, além de ter absorvido, pela condição vibratória baixa, toda a maldição dos sacerdotes e de todo o povo do local. O mesmo espírito, hoje reencarnado como mulher, ao visitar o cemitério, sente culpa quando entra em contato com o quadro mórbido que criou no passado, que passa a vibrar no plano mental, trazendo ao físico as sensações de que se lamenta. Soma-se a isso atração natural daquele bolsão* de espíritos que ainda vibram etericamente, no precipício em que foram jogados, em condições de total desordem mental, em busca de seus ossos, tentando remontar incessantemente o próprio esqueleto. Em seu desdobramento, durante o sono físico, a filha, em tratamento, é atraída até o local e entra na mesma faixa vibratória, trazendo para o físico todo o desespero das entidades que lá estão culpando-a pelo sofrimento que passam e que julgam ser uma “maldição eterna”. Por isso está renitente em adormecer, daí a insônia.




Após a explanação de pai Benedito, a equipe mediúnica evocou, por meio de pontos cantados, a vibratória de Ogum, para comandar uma expedição que se faria, pelo desdobramento dos médiuns, até o bolsão localizado no astral inferior. Com o prestimoso e insubstituível trabalho dos exus guardiões, dando segurança ao grupo, aqueles espíritos dementados foram socorridos e encaminhados às alas hospitalares do astral que davam sustentação aos trabalhos da casa. Por meio do elemento do fogo, foi desmaterializado o local, transmutando suas energias para evitar que continuasse exercendo atração magnética negativa a todos os que ainda vibrassem na mesma faixa. Com a catarse necessária, manifesta-se por intermédio de um médium toda a desordem existente no corpo astral de dona Augusta, aliviando, assim, suas emoções desequilibradas pela atuação da culpa. Enquanto era cantado um ponto, os pretos velhos, exímios curadores e magistas, atuavam no corpo etéreo, desmagnetizando o aparelho parasita* implantado em seu cérebro etéreo, para ativar as ressonâncias que a atormentavam, ao mesmo tempo em que solicitavam aos exus de sua serventia uma busca à entidade responsável pelo feito. Por tratar-se de um mago adestrado nesse tipo de implante, com conhecimento do psiquismo humano, foi tentado, após sua apreensão, um diálogo para seu próprio entendimento e possível mudança de rumo em sua caminhada espiritual. Diante da renitência manifestada pelo deboche de suas palavras, assim como também pelo negativismo de sua energia, cuja presença e irradiação abalavam a equipe trabalhadora, foi retirado do ambiente e encaminhado aos tribunais adequados, onde a justiça de Xangô seria exercida, uma vez que ele extrapolara seu direito de atuação, contrariando a Lei.



Ogum

Notas:

*Apometria: técnica que designa o desdobramento do corpo astral.
*Ressonância do passado: lembranças de vivência passada registrada na memória perene do ser (inconsciente) e que afloram na personalidade atual (consciente), determinando impulsos ou tendências.
*Bolsão de espíritos: local onde se mantêm aprisionados por sintonia vibratória espíritos sofredores de mesma condição mental.
*Aparelhos parasitas: engenhocas eletrônicas fabricadas e utilizadas por magos negros e seus comandados, que são acopladas nos corpos etéreo e astral dos encarnados, com finalidade de comando e desarmonia mental e emocional.




Trono da justiça de xangô












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